Uma mulher caminha dentro da casa,
a noite sem luz, a noite imaterial.
o escuro pesado não interrompe
a canção de ninar que leva para a filha.
acalma o choro fino da dor de menino,
acende as mãos sobre os cabelos infantis,
o filho se cura no colo, como se fosse único.
Uma mulher indormida sonha amanhãs,
mói as lágrimas com a esquina dos dedos,
a madrugada lhe acompanha a lamentar
a idade do feijão espalhado na mesa.
Vela que nutre, silêncio que fala, luz que ama,
amor que é amor, passo certo, leveza e peleja.
Nela, quase oculto, o sorriso do tempo breve.
Uma mulher se levanta e começa a chorar.
Edmir Carvalho Bezerra
0 $type={blogger}:
Postar um comentário